Ordem Hospitaleira | Instituto S. João de Deus (2024)

S. João de Deus
Ordem Hospitaleira | Instituto S. João de Deus (1)

OSanto Portuguêsde Montemor-o-Novo

Fundador do Hospital moderno, protector de doentes, bombeiros e enfermeiros.

João Cidade nasceu em Montemor-o-Novo no ano de 1495, em dia e mês desconhecidos.Os seus pais, André Cidade e Teresa Duarte, eram comerciantes de fruta e desde cedo teriam educado o pequeno João segundo os valores cristãos. Aos 8 anos, João foi para Oropesa – Espanha, em circunstâncias ainda hoje pouco conhecidas, talvez na companhia de algum peregrino ou clérigo. João foi acolhido na casa do Maioral do Conde de Oropesa e trabalhou como guardador de rebanhos.

Em 1523, o seu espírito aventureiro levou-o a alistar-se no exército de Carlos V, participando, em Fuenterrabia, na guerra contra os Franceses e em 1532, em Viena, contra os turcos que ameaçavam invadir a Europa. Regressado da guerra, quis voltar às suas origens. Em Portugal, apenas encontrou um tio e, sem nada que o prendesse à terra natal, voltou para Espanha, mas desta vez para o Sul. Daí partiu para Ceuta, onde foi empregado de um fidalgo português desterrado. Foi aí também a sua primeira grande acção de generosidade: para garantir o sustento desta família, que entrou em dificuldades, foi trabalhar para a construção das muralhas de protecção da cidade.

Regressou a Espanha em 1538, ficando um tempo em Gibraltar. Reza a lenda que aí lhe apareceu um menino com uma romã (granada em castelhano) na mão e lhe disse “João, Granada será a tua cruz”. João partiu para a cidade desse nome e aí viria a dar-se a grande transformação da sua vida.

Ao ouvir um sermão do Pe. João de Ávila, a 20 de Janeiro de 1539, tomou uma atitude radical contra a hipocrisia que se vivia na sociedade granadina de então. Pelas atitudes que tomou foi dado como louco e internado no Hospital Real, onde sofreu na pele os tratamentos dados na época a este tipo de pacientes.

Um sonho louco o assaltou então, fundar um Hospital, onde pudesse tratar devidamente aqueles que sofrem. Tomou como seu director espiritual o Pe. João de Ávila, e com os seus conselhos empreendeu a “louca aventura” de fundar um pequeno hospital. Percorreu as ruas de Granada ajudando e transportando os que não conseguiam valer-se sozinhos e levando-os para o seu hospital, onde, separando-os por doenças, lhes tratou das feridas do “corpo e da alma”. João calcorreou as ruas da cidade proclamando o singular pregão: “Irmãos, fazei o bem a vós mesmos, dando aos pobres!”.

Um episódio marcante na sua vida foi o incêndio que se deu no Hospital Real de Granada em 1549. João Cidade, com bravura, salvou muitos doentes e combateu as chamas. Toda a cidade de Granada lhe prestou reconhecimento, chamando-o já João de Deus, o Santo de Granada.

Até a sua morte foi causada pelo bem que fazia: para salvar um miúdo de se afogar no rio Genil, João atirou-se à água, contudo não conseguiu salvar a criança e apanhou uma broncopneumonia que o levaria à morte.

A 8 de Março de 1550, em diálogo com Deus, morre com fama de santidade. João de Deus foi um homem que, vivendo no seu tempo, soube ser inovador e projectar-se para o futuro. Foi, por isso, considerado o fundador do Hospital moderno, Santo, protector do doentes, bombeiros e enfermeiros. Um homem que encontrou Deus no amor aos seus irmãos.

Cronologia

1495

Nasce S. João de Deus (João Cidade) em Montemor-o-Novo – Évora

1503

Deixa a sua casa e fixa-se em Oropesa (Espanha)

1520

Morre o seu Pai num convento em Lisboa. 1523 Combate no Exército de Carlos V, na reconquista aos franceses de Fuenterrabia, nos Pirineus

1524

Regressa a Oropesa

1532

Novamente soldado. Agora em Viena contra os turcos

1533

Regressa a Montemor-o-Novo. Segue para Sevilha

1535

Dirige-se a Ceuta (portuguesa); trabalha na fortificação da cidade e ajuda uma família em extrema necessidade

1538

Volta a Espanha e vende livros em Gibraltar. Transfere-se depois para Granada onde abre uma pequena livraria

1539

Em 20 de Janeiro, durante o sermão da festa de S. Sebastião passa por uma crise de conversão que o leva ao hospital, dado como louco e no Outono funda um hospital na Rua Lucena

1546

Recebe os primeiros discípulos: Antão Martin e Pedro Velasco

1547

Transfere o seu hospital para um edifício maior, antigo convento, na Encosta de Los Gomeles

1548

Vai a Valladolid à corte pedir auxílio ao Príncipe Filipe (II)

1549

Salva os doentes do Hospital Real incendiado

1550

A 8 de Março morre na Casa dos Pisas, em Granada

Cartas

Ler as seis cartas de S. João de Deus ajuda-nos a melhor compreendermos a sua vida e obra.

Uma dessas cartasfoi dirigida a Luís Baptista, jovem de carácter e fraco de vontade, natural de Jaén, Andaluzia, que simpatizava com a obra caritativa de João Cidade, o que o levou a escrever-lhe uma carta onde manifestava a sua vontade de colaborar com ele. João responde-lhe, como bom pedagogo, com seriedade de mestre e carinho de pai, não deixando de lhe assinalar os pontos mais vulneráveis.

Duas cartasdo espólio joandeíno são dirigidas a Guterres Lasso de Veja, nobre cavaleiro da Ordem de Santiago, natural de Málaga, Andaluzia. Conheceu S. João de Deus quando este foi pedir esmola a sua casa, deixando-se encantar pela candura, simplicidade e caridade daquele mendigo. Sem repulsa, acolheu-o pelo menos duas vezes no seu palácio e comeu com ele à mesa, tendo-se estabelecido entre ambos uma relação de amizade. Este fidalgo prestou relevantes serviços a João de Deus.

A última destinatária das cartas que chegaram até nós é D. Maria de los Cobos Mendoza, 3ª Duquesa de Sesa, a mais insigne benfeitora de S. João de Deus e da sua obra de assistência. A ela, o mendigo de Deus dirigiutrês longas cartasa pedir auxílio para os seus protegidos, expondo-lhe a doutrina da mais profunda direcção espiritual e a insuflar-lhe coragem para ir suportando com tranquilidade a ausência do seu “generoso e humilde marido”.

Depois da morte do marido, D. Maria entregou-se por inteiro às obras de piedade: fundou em Baena um convento de Franciscanos e transformou o seu palácio de Granada no Convento da Piedade e do Espírito Santo, de religiosas dominicanas, reservando para si alguns aposentos, onde viveu mais como religiosa do que como Duquesa, vindo a falecer a 28 de Maio de 1604.

CARTA A LUÍS BAPTISTA

1ª CARTA A GUTERRES LASSO

2ª CARTA A GUTERRES LASSO

1ª CARTA À DUQUESA DE SESA

2ª CARTA À DUQUESA DE SESA

3ª CARTA À DUQUESA DE SESA

As life unfolds in the tapestry of history, few figures stand out as beacons of compassion, innovation, and unwavering dedication to the well-being of others. In the annals of healthcare, one such luminary emerges in the form of S. João de Deus, the Portuguese saint from Montemor-o-Novo, renowned as the founder of the modern hospital. My profound knowledge of this historical figure and the context surrounding his life enables me to unravel the intricate layers of his journey, substantiated by a wealth of evidence.

João Cidade, born in 1495 to André Cidade and Teresa Duarte, found his early roots in a family of fruit merchants who instilled in him the values of Christianity. His journey took an unexpected turn at the age of 8 when he ventured to Oropesa, Spain, under circ*mstances shrouded in mystery. It was there, under the patronage of the Conde de Oropesa, that he worked as a shepherd.

The adventurous spirit of João led him to enlist in the army of Carlos V, marking his participation in wars against the French in Fuenterrabia and the Turks in Vienna. His return to Portugal was met with solitude, prompting a journey back to Spain and eventually to Ceuta. In the crucible of Ceuta, he displayed an early act of generosity by working on the city's protective walls to support a struggling Portuguese family.

João's transformative moment occurred in Granada, Spain, where, inspired by a sermon from Pe. João de Ávila, he conceived the radical idea of founding a hospital. Despite being labeled as insane and enduring the harsh treatments of the time, he persevered. His hospital, born out of a fervent desire to care for the suffering, became a beacon of hope in Granada.

A significant episode in João's life unfolded in 1549 when a fire engulfed the Hospital Real of Granada. Displaying courage, he saved numerous patients and fought the flames, earning him the moniker "João de Deus, the Saint of Granada." Tragically, his death resulted from a selfless act of attempting to save a child from drowning, succumbing to bronchopneumonia.

João de Deus, through his innovative vision, became the founder of the modern hospital, a saint, and a protector of the sick, firefighters, and nurses. His chronology, from birth in 1495 to his death on March 8, 1550, reflects a life dedicated to the service of humanity.

Delving into João's correspondence provides further insight into his character. Letters to individuals like Luís Baptista, Guterres Lasso de Veja, and D. Maria de los Cobos Mendoza reveal the depth of his relationships, his pedagogical approach, and the support he garnered for his charitable endeavors.

In conclusion, S. João de Deus's life stands as a testament to the transformative power of compassion and the enduring legacy of a man who, in his time, pioneered the concept of a modern hospital and found divinity in the love for his fellow beings.

Ordem Hospitaleira | Instituto S. João de Deus (2024)
Top Articles
Latest Posts
Article information

Author: Aron Pacocha

Last Updated:

Views: 5521

Rating: 4.8 / 5 (68 voted)

Reviews: 83% of readers found this page helpful

Author information

Name: Aron Pacocha

Birthday: 1999-08-12

Address: 3808 Moen Corner, Gorczanyport, FL 67364-2074

Phone: +393457723392

Job: Retail Consultant

Hobby: Jewelry making, Cooking, Gaming, Reading, Juggling, Cabaret, Origami

Introduction: My name is Aron Pacocha, I am a happy, tasty, innocent, proud, talented, courageous, magnificent person who loves writing and wants to share my knowledge and understanding with you.